Por Victor Ferreira.
No decorrer dos anos na religião, eu pude observar que existe uma falsa impressão acerca do animismo desenvolvido no terreiro e o misticismo criado pela (i)moralidade do “pseudo-médium”.
Divergentemente dos conceitos kardecistas, os quais não diferenciam com exatidão e/ou esclarece o Animismo de Misticismo, a Umbanda nos revela nitidamente uma distinção ímpar sobre estas intervenções e suas finalidades.
Em um entendimento mais didático da doutrina umbandista, nós podemos compreender que o Animismo é aquela manifestação "involuntária", ou seja, sem uma intenção/vontade do médium que a desenvolve, principalmente, em sua fase inicial de aprendizado, acreditando-se que possivelmente seria o Guia, ali presente, que o fez realizar características próprias do espírito, como um brado, uma risada, um gesto, etc., mas que na verdade, na maioria das vezes, foram realizadas pelo próprio médium.
De todo modo, é necessário compreender também que o Animismo é aquele estímulo vibratório que surge da aproximação do Guia junto ao médium, a fim de compor um "arquétipo" daquela entidade, no intuito de "representar", o mais idêntico possível, a individualidade, a personalidade e as características daquela roupagem fluídica espiritual, que ele se associa energeticamente, ou até mesmo uma possível encarnação passada e vivida.
O Animismo, de fato, está presente em todas as incorporações e ritos de Umbanda e é muito importante que todos os médiuns compreendam a conviver com esta intervenção, permitindo que as entidades realizem as aproximações mais intensas possíveis, não se deparando com bloqueios mediúnicos e comprometendo uma eficiente incorporação ou trabalho de caridade.
Todavia, da mesma forma que o Animismo carece de aceitação, a sua falta ou seu excesso prejudica muito mais, quando não se encontra afinizado e “peneirado”, seja por meio dos estudos doutrinários, do desenvolvimento frequente, da conversa com o seu dirigente, da "filtragem" na mensagem recebida, etc., pois acaba tornando aquela incorporação desequilibrada e tendenciosa, permitindo a aproximação de espíritos imprudentes e indecorosos que confundirão ainda mais o médium, além de perturbarem o andamento da sessão mediúnica.
Estejamos atentos ao Animismo em nossas incorporações, busquemos conhecimentos, conversemos mais com os nossos dirigentes, indaguemos construtivamente as intuições recebidas e, acima de tudo, aceitemos o Animismo como estimulante da edificação de nossa moralidade, corrigindo os vícios e os transformando em virtudes íntegras no caminho do bem.”
Por Victor Ferreira.
TEEO - Tenda Espírita Estrela de Oyá