Por Fábio Vasconcellos.
Para a Tenda de Oyá, sem dúvida alguma, Ogum existe, e mora no quintal de São Jorge. É...é verdade! Para nós, não há limitação territorial alguma entre nós e “Eles”.
Convencido de que Quintino não é só protegido por São Jorge, mas por “seu camarada” Ogum também, e protege, inclusive, os filhos de Iansã (rs).
O bairro de Quintino, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde estamos localizados, se veste de vermelho toda semana que antecede a Festa do Santo Guerreiro. E nós, como umbandistas, o que podemos fazer no quintal de Jorge? O nosso querido Pai Pedro Miranda já dizia: “São Jorge não é Ogum. Mas Ogum pode ser São Jorge”. Em nossa homenagem a este avatar de Umbanda, nós tivemos grandes demonstrações da força que esta energia pode nos proporcionar. Ogum é coragem e superação contínua em nossas vidas, frente aos obstáculos.
A intenção desta explanação é nos valermos desta atuação, para levar os exemplos que absorvemos constantemente dentro do terreiro ao nosso cotidiano diário. Conscientes desta possibilidade, cabe aos médiuns perceberem o comportamento daquela “atuação” e colocá-la em prática.
Em nosso caso, os exemplos foram sem dúvidas potencializados ao longo de toda sessão, onde nos foi possível, em seu decorrer, perceber que o “mecanismo da incorporação” também nos traz experiências e lições implicitamente. O quanto devemos nos manter serenos frente às adversidades. O quanto podemos confortar o coração do próximo, mesmo vivendo a mesma dura realidade. O quanto devemos nos manter calados e confiantes onde nada podemos fazer. O quanto podemos ter coragem e postura nos mais trevosos e aterrorizantes bombardeios que a vida nos impõe.
Sempre amparados pelos Guias, seja da egrégora daquele ambiente ou o seu próprio, o comportamento deve levar os mesmos níveis de tranquilidades e fé que as Entidades nos orientam. Tendemos a nos sentir fragilizados com as turbulências. Não olhamos para o lado nem para saber o que o próximo está passando. Se a situação é semelhante. Onde podemos confortá-lo. Tendemos a aceitar que somente nós não podemos sofrer. O outro deixa para ajudá-lo quando eu já tiver confortável.
A TEEO encerra o mês de Abril mostrando que seja como São Jorge ou como Ogum, somente seremos salvos se mudarmos nosso paradigma diante de qualquer situação. Adversa ou não. Assumirmos um compromisso diferenciado frente às pessoas, frente àquilo que desejamos, etc. E viver cada dia como se fosse o último deles.
Eu, como profundo admirador e respeitador de Sua figura e reconhecendo que o “quintal é de Jorge”, reconheço que sou mesmo é protegido pelo terreiro Ogum!
Por Fábio Vasconcellos.
TEEO - Tenda Espírita Estrela de Oyá
