E muito também para a história da TEEO
Após anos de caminhada na Umbanda, fomos surpreendidos com a missão de materializar a Tenda de Pai Joaquim do Canavial. Tarefa nada fácil para pessoas que morriam de medo do que poderia vir pela frente. Mas aceitamos e não há o que discutir.
Dentre os diversos pedidos e orientações dos Velhos que nos preparavam para a tal materialização, uma delas foi ir a uma encruzilhada. Corremos para encontrar uma de terra. Achamos!
Foi um momento bem diferente para nós. Sentíamos uma forte energia naquele lugar isolado da capital do Rio de Janeiro. Éramos um grupo de poucas pessoas, mas com uma fé inabalável. Acreditamos fielmente que dali as forças se multiplicariam a nos ajudar na proteção, caminho e trabalho de tudo que se começava. Obviamente que além de todos estes pedidos, reforçamos o que era mais importante: "...nos dê licença Exus e PombaGiras. Nos conceda autorização para falarmos em seu nome."
Era dia de Santo Antônio... Aproximava-se das zero hora, numa noite enluarada. Céu lindamente estrelado. Encerramos com muito mais confiança de que àquela era a primeira das muitas vezes que chamaríamos pelos Senhores do Caminho.
Curiosamente uma de nossas fundadoras, no dia seguinte ao acordar, intui um belíssimo cântico sobre tudo que vivemos naquela histórica noite. Descrevo-o abaixo:
"Foi na encruza, numa noite estrelada,
eu vi um Exu trabalhar.
Com sua capa, dando sua gargalhada.
Chamou sua banda para juntos firmar.
Cada falange era um canto da encruza:
salve as matas, salve a rua, a calunga e o mar.
E bem no centro ajoelhou, riscou seu ponto.
com as forças de Santo Antônio,
sua porteira foi firmada.
Ai que noite linda!
Noite enluarada!
Corre gira, gira Exu,
até o romper da madrugada."
Saravá Exu... Laroiê Pomba Gira!!!
Axé Oya
Por Fábio Vasconcellos